Treinar é cuidar: cães precisam de limites e orientação para conviver bem com a família
Especialista em comportamento canino, explica como identificar sinais de agressividade e fala dos cuidados essenciais desde os primeiros meses de vida
Publicado: 25/04/2025, 16:44

No Viver Bem de hoje, a conversa é com Manoel L. Ferreira, especialista em comportamento e adestramento canino e responsável pelo CTAC (Centro de Treinamento e Adestramento de Cães). O trabalho dele começou de forma inesperada: ao buscar ajuda para treinar seu próprio filhote de pastor alemão, Manoel acabou se apaixonando pelo universo do adestramento e nunca mais parou. Hoje, ele atende desde tutores iniciantes até órgãos de segurança, sempre com o foco no equilíbrio emocional e comportamental dos cães.
Manoel explica que todo cão pode ser treinado para obediência e controle, mas algumas funções exigem seleção específica. “Se você quer uma função específica do cão, tem que ser um cão selecionado. ‘Quero um cão para detecção de narcótico’, tem que ser um cão selecionado. ‘Preciso de um cão para busca e resgate de uma pessoa, ou busca de cadáver’, tem que ser um específico. ‘Preciso de um cão guia, ou que faça terapia’, então, são cães selecionados. Agora, a modelagem comportamental, a modelagem de obediência e controle, qualquer cão, a gente consegue associar essa modelagem nele”, conta.
O treinador esclarece que, mais do que raça, o que determina o comportamento é o perfil do cão e é aí que mora o alerta: cães agressivos dão sinais desde cedo. Rosnados, isolamento, reatividade ao toque e mudanças de rotina são pistas de que o animal pode desenvolver um comportamento dominante se não houver intervenção.
Casos de cães que atacam tutores, segundo o especialista, geralmente envolvem falta de conhecimento e ausência de limites claros. “O problema não começa na mordida. Começa nos pequenos sinais que vão sendo ignorados”, diz. A dica é simples: observe seu cão diariamente. Se perceber alterações de comportamento, busque orientação profissional.
E o alerta vale também para adoções: é preciso conhecer o histórico do cão e respeitar o tempo de adaptação ao novo lar, especialmente quando há crianças ou idosos na casa. “Quando a pessoa tem um cão adulto de grande porte, mesmo que seja queridinho, mesmo que seja socializado com crianças, nunca deixar na responsabilidade da criança, sabe? Sempre sob vigilância, porque o cão pode passar, bater e derrubar a criança na piscina. Ou pode derrubar a criança e bater a cabeça na calçada. Isso sem falar do risco de uma mordida”, aconselha.
Segundo Manoel, com afeto e regras bem definidas, é possível ter um cão equilibrado e feliz. E se surgir uma dúvida, ele está à disposição para orientar não só quem busca adestramento, mas também quem quer cuidar melhor do seu amigo de quatro patas. Contato: (42) 99822-7023; Redes: @ ctack9_treinamentodecaes.